segunda-feira, 17 de agosto de 2009

TIRADENTES ORGANIZA FESTIVAL GASTRONÔMICO


9ª edição do Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Tiradentes acontece de 18 a 27 de agosto com a participação de renomados chefs

Banquetes suntuosos e fartos, mesas grandes e bem decoradas e muitos convidados dividindo o prazer da gastronomia. Esse é o cenário que espera o viajante na cidade mineira de Tiradentes entre os dias 18 e 27 de agosto durante o Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Tiradentes. A programação deste ano está recheada de novidades para entreter os mais de 30 mil visitantes esperados.

Enquanto no espaço “Wine Bar” serão realizadas degustações de vinhos, no Largo das Forras será montado um botequim com deliciosos tiras-gostos e a “Champanharia”, onde o público poderá provar espumantes de várias nacionalidades. Instalado no centro da cidade, o Largo também ministrará ao longo do evento aulas de gastronomia gratuitamente. Na área do Mercado Brasil, associações e grupos culinários mostrarão aos visitantes seus produtos. Haverá até um curso de panificação.

Estão programados ainda encontros com grandes nomes da gastronomia internacional e a degustação de pratos criados especialmente para a ocasião em diversos pontos da cidade. Nomes importantes como Antônio Bóia, Cristina Cosentino, Daniel Olivier Valay, Eduardo Maya, Gilles Dupont, Ivo Faria, Lautaro Parra, Massimo Bomprezzi, Paulo Martins, Raul Aguirre e Rodrigo Sanchez levam para Tiradentes toda a experiência adquirida em cozinhas famosas ao redor do mundo e elaborarão cardápios temáticos e exclusivos, mesclando as culinárias indígena, africana e portuguesa.

Paralelamente à programação gastronômica, acontecerão diversas apresentações musicais, oficinas e exposições. Tudo para transformar os dez dias do Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Tiradentes numa verdadeira incursão na cultura mineira. A prefeitura municipal de Tiradentes é uma das grandes apoiadoras dessa edição do festival. Os pacotes para essa aventura gastronômica já podem ser adquiridos por meio da Pampulha Turismo, pelo telefone (31) 3057-1111.


Serviço
Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Tiradentes
Data: 18 a 27 de agosto
Local: Tiradentes – Minas Gerais

sábado, 7 de março de 2009

O que é a Esquizofrenia


Uma das doenças psicológicas mais comuns entre as pessoas é a Esquizofrenia, trata-se de um conjunto de delírios mentais que resultam em constantes crises. A doença pode atingir homens e mulheres na mesma proporção.

Diferentes motivos podem ser responsáveis pela esquizofrenia, a maior parte deles está relacionada aos genes. Há também quem desenvolva a doença devido alguma frustração que possa ter vivenciado. Episódios traumatizantes sempre podem piorar o quadro.

O esquizofrênico possui temperamento explosivo e vulnerável, ou seja, a qualquer momento ele pode sofre uma crise. Quanto mais cedo for diagnosticada a doença, mais chances de cura haverá. Há muitas polêmicas que envolvem esse mal, principalmente com o que diz respeito a inteligência. Muitas personalidades intelectuais sofriam de Esquizofrenia, como é o caso de Van Gogh e John Nash.

“Aqui louco varrido não vai para debaixo do tapete”. A novela das oito havia começado e, de relance, enxerguei a frase escrita em uma plaquinha na porta do “consultório” do personagem de Stênio Garcia, o psiquiatra "Doutor Castanho". Puxa, a reforma psiquiátrica em horário nobre? Quis saber mais.

Glória Perez (a autora de Caminhos das Índias) é hábil no merchandising social. Assim, trouxe para a novela a esquizofrenia, e os problemas dos doentes e das famílias de pessoas que convivem com a doença fora dos hospícios. Vinte anos depois do início do movimento pela reforma no País, chegou a sua casa o debate sobre substituição das internações em grandes hospitais psiquiátricos pelo atendimento –e acolhimento - dos doentes em Centros de Atenção Psicossocial, hospitais dias, e pela família. Para integrantes da luta contra os manicômios, mais um passo contra os estigma que atormenta as pessoas que vivem com transtornos mentais.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Jesus e Madalena


Três horas da Madrugada...

Jesus ia só pela calçada,
ia calado, não dizia nada,
quando de repente
surge à sua frente
com a sua têz morena
a figura da eterna Madalena.

- Jesus: disse-lhe ela,

- ainda é tão cedo;
vamos tomar uma pinga no boteco do Alfredo?

- Como não ? ... - disse Jesus

com um olho fechado e outro aberto
- se tão feliz me sinto, quando te sinto perto...

E na encruzilhada do destino
as duas sombras se perderam...

E entre as luzes dos cabarés
as duas almas se aqueceram...

Madalena, com os olhos transbordantes de luz
encostou os lábios nos lábios de Jesus.

Madalena dançou um samba, um maxixe
e cantou em dupla com Jesus a "Boneca de Piche"

e Jesus dançou um tango
com os passos lentos de um orangotango.

Mas a festa acabou
e alguem perguntou:

-Quem são aqueles ?

-Ora, não sabeis ?

Ela é Madalena, a modista.

e ele Jesus de Souza Batista,

Cirugião-Dentista.

(Homenagem ao meu avô Orlando Milanez)

O sexo é sagrado


O sexo é sagrado
o sexo é sagrado,
como salgadas são as gotas do suor
que brotam dos meus poros
e encharcam nossas peles.
A noite é meu templo

onde me torno uma deusa enloquecida

sentindo teus pelos sobre minha pele.

Neste instante já não sou nada,

somente corpo,

boca,

pele,

pêlos,

línguas,

bocas.

E a vida brota da semente,

dos poucos segundos de êxtase.

Tuas mãos como um brinquedo

passeiam pelo meu corpo.

Não revelam segredos

desvendam apenas o pudor do mundo,

descobrem a febre dos animais.

Então nos tornamos um

ao mesmo tempo em que

a escuridão explode em festa.

A noite amanhece sem versos,

com a música do seu hálito ofegante.

O sol brota dentro de mim.

Breves segundos.

Por alguns instantes dispo-me do sofrimento.

Eu fui Feliz...

(Escrito por mim Geraldo Félix de A. Junior em Agosto de 2000).

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Os Afrodescendentes na TV


Aqui, como lá, a diferença social traz o preconceito revelado com anos de escravatura. O primeiro anúncio da propaganda brasileira descreve um feitor procurando "um negro fugidio, de bunda grande". Outros eram identificados por furos, cortes e cicatrizes no rosto, o que caracterizou essa irracionalidade do mundo. Nos jornais de 1850, aparece "vende-se uma preta cozinheira de forno e fogão, boa lavadeira e mascata". Outras "pretas" eram alugadas para amamentar. Vendiam o néctar da vida que a senhorinha não tinha...


No universo da indústria cultural onde predomina o olho azul e a pele clara, o branco, os atores cor de chocolate, colored, ou protagonistas do cinema feijoada (iniciativa da associação de diretores e atores negros) são eternamente figurantes, pano de fundo, que pontuam a solidariedade, no estar por trás, para ser verdadeira a vida da cena. Embaixadores da dor silenciosa, capacidade camaleônica de renovação de personagens, escravos, capangas ou políticos corrupto são referências episódicas.


E aquele sem números de rostos conhecidos, sem identificação nos créditos, que promovem a verossimilhança nas novelas com ambientação rural, na escravidão ou favela? Ainda estão sem o reconhecimento das empresas produtoras e não garantem lugar no mercado de trabalho. Outros são humilhados nos programas de humor. Sem citar a geração deserdada dos atores desaparecidos.



CRÔNICA:


Os Afrodescendentes no Rede Bahia Revista

Chama a atenção o fato de não chamar a atenção de ninguém; não haver nenhum tipo de abordagem ou mesmo análise sociológica, a nova estética dos programas de televisão, notadamente o jornalismo. Não estou abordando conteúdo, pois isso demandaria mais tempo e espaço, mas limitando o exposto à realidade que vem sendo constatada há alguns meses. O programa Rede Bahia Revista, da TV Bahia, por exemplo, está fazendo história. Interessante é que apesar disso, ainda não capitalizou em termos de impacto, talvez justamente pelo fato de está sendo uma coisa tão natural, que nem mesmo os críticos de sites, jornais e blogs, ou mesmo os RPs da casa se deram conta.


Pois, pare para pensar que pela primeira vez nas telas baianas três afrodescendentes participam ao mesmo tempo de um programa-chave de uma importante rede de televisão local. Apresentam, debatem e mantêm a liderança no horário. No Rede Bahia Revista estão o conhecido jornalista da área cultural Osmar Martins (Marrom), egresso do jornalismo impresso; a carismática Wanda Chase (que também foi de jornal) e a boa surpresa que é a apresentadora Georgina Mainart. Eles dominam o programa, algo que nunca aconteceu (como diria Lula), na história deste país.


Basta ver que a Globo sempre aproveitou repórteres afrodescendentes, mas jamais em grupo ou como âncora. Lembro da emoção que foi em novembro de 2002 - eu estava de plantão na TV Bahia – quando entrou no ar (o Jornal Nacional estava fazendo 33 anos de criado) na bancada do JN o jornalista negro Heraldo Pereira. Foi uma revolução dentro dos padrões globais. Heraldo, em entrevista a dezenas de jornais, fez questão de dizer que não queria servir como referência histórica e que sempre esteve preparado como profissional. Mas, o foi, mesmo sem ele querer. Estava apresentando o mais importante programa de jornalismo do país.


Mas, não lembro de um grupo de afrodescendentes, como ocorre hoje no Rede Bahia Revista, está participando na pole-position de um programa. Lembro, sim, que num evento reunindo jornalistas, no final dos anos 80 do século passado, se chamava a atenção para a ausência de negros nos programa de TVs regionais. O primeiro a apresentar um programa, esportivo, diga-se de passagem, foi saudoso jornalista Cléo Montalvão, na TV Aratu, quando ela ainda retransmitia a TV Globo, nos anos 70 do século passado. Daí em seguida vieram outros espaçadamente, e outras, notadamente na TV-E a na TV Bahia, a exemplo de Ricardo Mendes (hoje professor e atuando no jornalismo impresso), que conseguiu alcançar posição importante dentro do jornalismo televisivo. Ele passou pelo próprio Rede Bahia Revista, tendo sido em seguida repórter do Jornal Nacional (Globo), e editor-chefe do Núcleo de Rede (TV Globo) na TV Bahia.


É uma situação bastante interessante para esta cidade formada e amalgamada por quase dois milhões de afrodescendentes, quando vemos espaços sendo preenchidos por talentos oriundos deste caldeirão. Ainda mais nos programas jornalísticos das Tvs - e não de mero entretenimento ou de escândalos -, e em posições que podem ser consideradas até mesmo de elite perante a sociedade. E vale dar os parabéns para a TV Bahia. E olha que não se trata de cotas. É qualificação profissional e visão gestora diferenciada.


Jolivaldo Freitas é escritor e jornalista.