Por ocasião do centenário de nascimento de Orlando Milanez, hoje, dia 5 de agosto de 2012, a história nos lembra um dos
mais notáveis advogados do foro mineiro; sua vasta ilustração e peregrina
inteligência o colocaram no primeiro plano entre os cultores da ciência
jurídica; seus pareceres, por todos acatados, foram sempre verdadeiras lições
de direito. Foi o percussor da conciliação e do diálogo. Orlando Milanez foi
uma pessoa que dedicou toda a sua vida ao combate à injustiça social.
Filho
de Juvenato Milanez e Esther Coelho Milanez, nasceu na rua Araguari, em Belo
Horizonte, no dia 5 de agosto de 1912. Fez seus primeiros estudos no Colégio
Dom Bosco em Cachoeira do Campo e no Ginásio Mineiro de Belo Horizonte. Durante
seus primeiros estudos universitários, era repórter político do Jornal Radical
e Tribuna de Minas, acompanhava o Governador Benedito Valadares em suas
viagens. Formou-se bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da
Universidade Federal de Minas Gerais em 1940. Aluno direto do Professor Alberto
Deodato, por sua influência, ingressou na UDN. Nomeado Promotor de Justiça de
Piranga, por oito anos, quando removeu para extinta comarca de Antônio Dias.
O Dr. Orlando Milanez, figura humana muito querida de todos que o conheceram e com ele conviveram, chegou na emancipação do município de Coronel Fabriciano. Em 1953, na criação da comarca, foi removido para aquela jurisdição onde permaneceu até 1965, quando foi promovido para a comarca de São Francisco. Acometido de um enfarto foi aposentado em 1966. Continou residindo em Cel. Fabriciano, onde até o último mês de julho, frequentava diariamente o Fórum local que atualmente leva o seu nome. Notável pelo saber e pelo caráter, prestou seus serviços advocatícios a todos os necessitados sem cobrar. Prestou também sua colaboração a Cia. Siderúrgica Belgo Mineira.
Era casado com Carmen Santos Milanez, deixou os seguintes filhos: Gema Esther Milanez de Almeida, viúva, serventuária da Justiça, Márcia Maria Milanez, Desembargadora 3ª Vice Presidente do TJMG, Orlando Milanez Filho, advogado e Pedro Márcio Milanez, radialista. Deixou nove netos e uma irmã, Maria de Lourdes Milanez Cruz.
Figura destacada no meio social local, tornou-se o conselheiro político em toda a região, sendo durante toda a sua vida uma bandeira fincada a favor do América Futebol Clube, torcida que alimentou desde os seus tempos de criança.
Faleceu em Coronel Fabriciano em 12 de setembro de 1985. Seu corpo foi velado no Fórum local da cidade de Coronel Fabriciano, tendo recebido as homenagens da classe dos advogados da 9ª subseção da OAB/MG, e acompanhado de amigos e parentes chegou ao Cemitério do Bonfim em Belo Horizonte, para ser sepultado no Jazigo perpétuo da família Milanez. Além de ter recebido homenagens da Ordem dos Advogados, da Associação do Ministério Público, dos seus colegas da Turma de 1940, políticos, parentes e amigos, usando da palavra o advogado Aristóteles Atheniense que ressaltou, naquele momento as grandes qualidades e os ideiais de democracia de que Orlando Milanez era possuidor, tendo durante toda a vida dedicado à honestidade, zelo e competência.