quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Quem não gosta de carnaval, é doente do pé

Chegou o carnaval. Muita festa e alegria se espalham por todo o Brasil. Televisão, jornais e internet mostram a folia de milhares de pessoas em todos os estados do País. Um grande acontecimento como esse não poderia deixar de lado as comunidades mais pobres do nosso Brasil, afinal de contas, o carnaval é uma festa popular e festa é com nosso povo mesmo. E quando o assunto é juntar a alegria do carnaval com a felicidade de fazer o bem, o Brasil é campeão de bons exemplos.

O carnaval tem origem pagã, nas festas e orgias da Antigüidade, realizadas no Egito, Grécia, e Roma em determinadas datas do calendário religioso. No Cristianismo tentou-se dar novo espírito a estes festejos, colocando-os no tempo que precede imediatamente a quaresma. Porém, ficaram muito tempo proibidos, devido aos abusos que tingiam a moral.

As mudanças que vieram com o tempo, fizeram do “Entrudo” o carnaval de nossos dias, mais ameno do que naqueles tempos. Seguidamente foram aparecendo os adereços que conhecemos hoje, como o confete, a serpentina, entre outros.

É fácil perceber uma exaltação de personalidades: indivíduos obrigados a manter condutas represadas ou reprimidas extravasam seus sentimentos durante a festa. O carnaval é uma das maiores manifestações de cultura popular, que mistura festa e espetáculo, arte e folclore.

A variedade dessa festa é enorme. No Rio se destaca o desfile das Escolas de Samba; em Salvador, os foliões saem atrás dos trios elétricos; e no Recife, o destaque é o frevo, dança típica na qual os passistas usam um sombrinha colorida pra executar coreografias.

Já em Minas Gerais teve origem em Ouro Preto, quando os lacaios do Palácio dos Governadores da Província criaram o famoso “Zé Pereira” em 1867 (grupos de foliões de rua munidos de tambores e bumbos). Há também, os blocos caricatos. Com destaque para a “Banda Mole” em Belo Horizonte. O interior mineiro tem uma característica bem diferente, por ser uma manifestação do povo nas ruas. Apesar de sua simplicidade, não deixa de atrair turistas e consequentemente divisas para os municípios. As cidades que mais se destacam são: Diamantina, São João Del-Rei, Ouro Preto, Tiradentes, dentre outras.

Uma coisa é certa, todo brasileiro tem que passar na vida um Carnaval no Rio de Janeiro, em Minas e principalmente na Bahia. Pois quem não gosta de carnaval, é doente do pé.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Gentileza gera Gentileza

O arquiteto holandês Aldo van Eyck costumava dizer que uma casa é uma cidade minúscula, e uma cidade é uma casa imensa. Pense nessa comparação no seu dia-a-dia. As semelhanças não demoram a saltar aos olhos: da mesma forma que você vai do escritório ao quintal, você deixa o trabalho e faz um passeio no parque.

Atitudes simples capazes de trazer mais poesia ao nosso cotidiano, essa é a idéia. Gestos que surjam inesperadamente para nos devolver o prazer de viver na metrópole, de ficar na janela a observá-la, de ouvir seu som. Talvez fossem essas sensações que, na Grécia antiga, Aristóteles já aconselhava conservar. Pelo menos, em seu livro Ética a Nicômaco, ele ressaltou o cuidado com o corpo, com a alimentação, com o amor e, sobretudo, com a cidade. Como se essa fosse tão orgânica quanto nós, palpite que Aristóteles confirma ao dizer que o que nos une à pólis é um sentimento humano: a amizade.

Um ambiente bem cuidado faz bem ao espírito. E isso é tão evidente que dá até para adivinhar como é a parte da cidade de que você mais gosta. Quer ver? Pense no quarteirão da sua casa. Dê uma volta mental ao redor dele. Que trechos você acha mais agradáveis? De quais você não gosta? Deixa eu ver se acerto. Provavelmente os pedaços menos agradáveis têm muros altos, calçadas descuidadas, sem vida.

Talvez também haja prédios que cubram seus jardins com paredes de concreto e casas com grades altas e avisos de "cuidado: cão perigoso" que, se dissessem "pessoas: queremos distância", daria no mesmo. A existência de lugares assim se deve, em grande parte, à falta de atenção das pessoas com o que vai do portão de casa para fora. Como se, do passeio em diante, o problema fosse do governo, das ONGs e do que mais puder amenizar a ausência de um cidadão que faça mais do que a lei o obriga.

Também não adianta varrer o lixo e jogá-lo debaixo do tapete só para falar que fez. Ser gentil com a cidade só resolve se a atitude for espontânea, para melhorar a vida coletiva. E, para um sujeito deixar a comodidade solitária de sua vida privada e fazer algo pelo todo, é preciso que se sinta parte dele: esta cidade é minha casa, faço parte dela e, por isso, tenho que cuidar deste espaço. A gentileza não deve se restringir apenas às relações humanas, mas estender-se também ao cuidado como meio ambiente, como espaço público e, por que não, consigo mesmo. O cuidado com o outro é uma virtude que vem do berço.

A parte boa é que muitas pessoas já despertaram para isso. Os trechos agradáveis do seu quarteirão provavelmente têm árvores que dão uma boa sombra e, de quando em quando, até frutos. Pois é, a cidade também está cheia de pequenas oferendas à espera de olhares atentos para detectá-las.

Que tal começarmos o Ano Novo com um pouco mais de gentileza e novos olhares. Um sorriso, um gesto, um ‘bom dia’ bem-humorado. Muitas vezes, são atitudes simples, cotidianas, que podem até passar despercebidas a olhos rasos, mas capazes de promover verdadeiras transformações no entorno, seja em ambientes familiares, profissionais ou urbanos.

"Gentileza gera gentileza". "Da mesma forma que faço gentilezas, recebo em dobro. Essa é a maior gratificação por um trabalho como esse."