Época de eleição, tempos de guerra. Falar a verdade a campanha eleitoral de 2008 está sem graça. Tirando a baixaria o resto é tudo high tech. Bota o candidato no fundo infinito e tome colocar diversas outras imagens (chroma klay). Também, o Tribunal Superior Eleitoral – sabemos que juiz não tem mesmo criatividade e só sabe cumprir o que está escrito; juiz não tem criatividade nem para vender sentença – determinou que os comerciais de quinze ou trinta segundos, que vão ao ar durante o dia todo, não podem ter imagens externas. Então, o máximo que o candidato faz dentro do estúdio é dar uma andadinha, fazer caras e bocas, maquiados, e expor suas propostas ou desqualificar o adversário, coisa das mais antigas.
Entretanto, pelo Brasil afora tem cada candidato que vem dando show de criatividade em seus slogans. Não quero dizer que são pérolas, mas sim, na maioria dos casos, sacadas sacanas, mas que mostram a criatividade do brasileiro em qualquer circunstância. Se é para avacalhar, vamos esculhambar, mas de forma engraçada ou pelo menos fuleira, como veremos a seguir nos seguintes slogans de candidatos à vereador:
Aqui em Minas tem, candidato Tomaz Rola Bosta diz que muda de nome se for eleito; da desentupidora Rola Bosta, tenta pela segunda vez se eleger como vereador.
Bouças, candidato curitibano: - Não vote em malas. Vote em Bouças.
Um candidato gay de Fortaleza: - Vote em quem promete e dá.
Loirona escultural de Santa Catarina: - Eleitor que não é bobo... baba.
Rio Claro tem um candidato chamado Ge: - Não vote em A, nem em B, nem em C; na hora H, vote em Ge.
Candidato a prefeito de Aracati (CE): - Com a minha fé e as fezes de vocês, vou ganhar a eleição.
Em Mogi das Cruzes (SP), tem um candidato chamado Defunto: - Vote em Defunto, porque político bom é político morto.
E um dos mais incríveis vem da Rondônia. O cara tem o nome de Zé Borracha e seu slogan é: - Enfie Borracha na racha da urna.
Valdo Sanduíche, Janu da Combi, Beleza, Álvaro Junior (o Beiço), Loirinho da Pizzaria, Lindomar Já Ouviu Falar, Pingo de Mel, Nego Osvaldo Bilisquete, Cabo Luiz Cadeado, Magal Saque Rápido, Zé Pereba, Vovô do Rock e tantos outros criativos apelidos listados são exemplos de auto-intitulação adotada por candidatos ao cargo de vereador aqui em Belo Horizonte.
É complicado ser candidato, como é mais ainda entender o que se passa na cabeça dos eleitores. O que leva um cara a se candidatar, já sabendo que se for prefeito o salário é uma merreca e vai ter trabalho de endoidecer. Vejo artistas, fazendeiros, empresários, e outros milionários que entram na política dizendo que quebraram.
É claro que temos alguns exemplos de enriquecimento dentro da política, como no caso de alguns vereadores de Belo Horizonte cuja declaração de renda evoluiu mais que crina de cavalo. Mas, a maioria garante que empobreceu ainda mais. Sim. E daí? Se sabia disso foi fazer lá o quê? O povo acha que é mentira.
Outra história da mais hilariante é a briga entre aliados. Outro dia na Câmara Municipal de Belo Horizonte, a líder de governo Neusinha Santos (PT), e o vice-líder, Paulo Lamac (PT), trocaram trocadilhos no plenário, por divergiram por causa do principal cabo eleitoral do partido: o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). Mas é assim mesmo. Época de eleição é sempre tensa. As pessoas ficam nervosas, usam do marketing a todo custo e de todos artifícios para se superarem.
Pode procurar um parente, um amigo, um desconhecido que passe na rua e pergunte o que acham dos políticos. A imagem que passam não é nada boa. Sim. E daí? Daí é que é estranho alguém querer entrar numa profissão pior de que juiz de futebol. Todo mundo acha que político e ladrão é a mesma coisa.
Lembro de um velho com sanha política, que morava lá no bairro Castelo, que fica perto da Toca da Raposa e do zoológico, que vendia cana, cocada a moda picante com gengibre, comprava e vendia garrafa velha e juntava também dinheiro com compra e venda de alumínio, chumbo e cobre.
Quando chegava perto das eleições pegava o dinheiro todo, pegava os bens adquiridos em quatro anos e gastava em feijoadas, santinhos, camisas de times de futebol e até missa na Igreja. Nunca ganhou. Mas, quando perguntava se ele insistiria, na próxima dizia que sim, pois era a única forma de ficar rico.
Morreu pobre no Hospital da Previdência, ali perto do Parque Municipal. Para compensar a gente o chamava de senador. E ele abanava de volta, feliz e sorridente. Acho que foi o único que não roubou.
Também... não deram chance.
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