quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Bem vindo aos estados do Pará e Amapá: Ilha de Santana e Santana, AP


Mais uma viagem de trabalho pela MSE, leva-me ao Norte do País, em busca de desafios, informações de consultoria e aventura. Foram 21 dias, 10 cidades, mais de 1.000km em estradas de terra esburacada e enlameada. Os nativos avisaram que alguns trechos seriam praticamente intrafegáveis. O jeito era andar 100km de ônibus, com duração de quase seis horas de viagem. As paradas na estrada que não possui postos de combustíveis, apenas casas de sitiantes que vendem de óleo de combustível a comida. As viagens de Barco por dentro dos Rios demoram horas. Foram mais de 30 horas subindo e descendo os rios que cortam a região.

Não é só a distância que coloca os estados do Norte do País, como uma grande surpresa para quem os conhecem. Essa aventura começou pela Ilha de Marajó, na cidade de Afuá-PA, depois fomos a Capital do Amapá, Macapá visitar duas cidades vizinhas muito distintas: Santana e Ilha de Santana. Nessa aventura de trabalho colocamos a cidade Marabá-PA como um dos polos e daí fomos a São Félix do Xingu, Jacundá, Itupiranga e Cametá. Não deixando de fora à bela e aconchegante capital Belém.

Sabores exóticos, cheiros surpreendentes e ingredientes autênticos, fazem de Belém a capital mais original do Brasil. Essa originalidade está cada vez mais se tornando referência na região norte como polo turístico.


O Pará dispõe de uma abundância de riquezas ambientais e recursos culturais que poderiam servir como base para um forte setor de turismo, mas esse potencial ainda não foi plenamente desenvolvido. O Pará recebe apenas 0,29% do turismo internacional que visita o Brasil. O estado tem mais de 60% da população vivendo na pobreza e 14% em pobreza extrema.


Já o Amapá situado a nordeste da região Norte. Tem como vizinha a Guiana Francesa e o Suriname. A capital é Macapá.  As cidades mais populosas são Macapá e Santana. A economia se baseia na extração da castanha-do-pará, da madeira e na mineração de manganês.

O estado do Amapá tem uma população de aproximadamente 620.000 habitantes e é dividido em 16 municípios. O Amapá é conhecido também como o Estado mais preservado. Menos de 1% de sua área de 143.453 km2 foi desmatado. Não existe acesso rodoviário ao estado, só fluvial e aeroviário.


No ano de 2006 foi descobertas ruínas que parecem ser um observatório astronômico e templo religioso de 2.000 anos de idade, que lembra o complexo Druida de Stonehenge, em Salisbury, sul da Inglaterra; um enorme altar de pedras dispostas em círculo. As ruínas, encontradas no estado do Amapá na região Norte do Brasil é composta de 127 blocos de granito esculpidos, alguns com três metros de altura, distribuídos em intervalos regulares numa clareira da floresta amazônica, a 16 quilômetros do município de Calçoene e a 390 quilômetros de Macapá.

É desconhecida a autoria das construções; as pedras estão dispostas de forma a marcar o solstício de inverno e, em dezembro, o raio solar passa exatamente pelo meio delas, como as pirâmides do Egito, os monólitos de Stonehenge, os totens da Ilha da Páscoa, as construções de Machu Pichu, não se descobriu como as enormes rochas foram transportadas e montadas naquele local.

O interior do Amapá possui diversas reservas indígenas e alguns parques nacionais para preservação da Floresta Equatorial. Passamos por um longo trecho de Reservas Indígenas Açuá e diversas aldeias à beira da estrada. Os índios estavam jogando futebol, pescando, criando gado, cortando lenha, crianças brincando na chuva, enfim, seguindo suas vidas já muito adaptadas a cultura do homem branco, como a maioria dos índios que vemos no sudeste e nordeste do Brasil. Este é o trecho de mata mais preservada, embora em alguns lotes ainda vejamos vestígios de queimadas e de desmatamento. Vai saber se são permitidos ou não.


No entanto, no primeiro trecho da estrada, ainda no asfalto, passamos por muitas fazendas. Trechos desmatados para pasto ainda sem nenhuma cabeça de gado e alguns com plantação dos malditos eucaliptos. Eu fiquei me perguntando, será que é desmatamento recente e ainda estão formando o pasto? Ou será que todos os bois foram vendidos? Tanta mata, tanta riqueza natural reduzida à capim! Impossível não ficar indignado, mas se estão seguindo a lei, será que devo ficar indignado? Duvido que esse desflorestamento à margem de uma BR seja criminoso, então será que devo também achar normal? 

Santana




Conhecer a segunda cidade da Região Metropolitana de Macapá, Santana com quase 150mil habitantes e perceber que em muitos aspectos aproxima-se do que ocorrera com o município de Macapá.

Os primeiros habitantes eram moradores de origem europeia, principalmente portugueses, mestiços vindos do Pará e índios da nação tucujus. Estes últimos vindos de aldeamentos originários do rio Negro. O nome “Santana” é uma homenagem a Nossa Senhora de Sant’Ana, de quem os europeus e seus descendentes, entre eles Francisco Portilho, eram devotos.

A partir da descoberta das jazidas de manganês em Serra do Navio pelo caboclo Mário Cruz e da conseqüente instalação da empresa ICOMI naquele local, no ano de 1956, Santana experimentou um crescimento populacional significativo. Foi o momento também em que teve início a construção da ferrovia Santana/Serra do Navio, com 194 Km de extensão. A principal finalidade era transportar os operários e escoar o carregamento de minério, em virtude da inviabilidade do transporte por via marítima com destino direto aos mercados interno e externo.




Por se tratar de uma cidade portuária, foi construído um cais flutuante que acompanha o movimento das marés, pela sua profundidade e fácil navegabilidade, permitindo assim o acesso de navios cargueiros de grande porte. Foi construído o principal porto de embarque de pinho para exportação e desembarque de navios, contendo produtos importados. É também em Santana que se localiza o Distrito Industrial do Amapá, à margem esquerda do rio Matapi, afluente do rio Amazonas.

Atração Turística





Como atração turística, o porto de embarque e desembarque de produtos importados e cavacos de pinho, o porto flutuante de embarque do manganês pelotizado; a ilha de Santana, que fica do outro lado da cidade e que tem, inclusive, o balneário “Recanto da Aldeia”, é bastante frequentada aos finais de semana, etc.

Na população encontramos também uma grande parcela de jovens e, o que quero ressaltar nestas linhas, a exemplo do que é comum encontrar também pelos interiores, muita gente começa a formar família quando bem jovens mesmo.


Ilha de Santana - AP




A ilha de Santana está separada por um braço do Rio Amazonas, apresenta locais de beleza cênica e tem população em torno de 3 a 5 mil habitantes. A travessia se dá rapidamente por meio de catraias (puc-puc para muitos) encontradas no Porto de Santana, com duração de menos de 10 minutos (para ser exato, é mais ou menos a metade deste tempo... vi no Google Earth que o rio tem a largura, entre a Ilha e o Porto de Santana, em torno de 600 a 800 metros em toda a extensão).  O fluxo das catraias vai até a noite e custa R$1,50 ou pouco mais que isso.

No Porto de Santana encontramos contrastes que não passam despercebidos a qualquer observador, falo como cidadão. É um local de grande importância ao Amapá (que começou a se desenvolver principalmente com as instalações da antiga ICOMI nas décadas de 50, 60...), porta de entrada e saída para vários interiores e com trânsito constante de navios de diferentes lugares.

Em vários pontos, especialmente onde atracam as pequenas embarcações dos ribeirinhos, as condições mostram-se precárias, com vielas sem planejamento, passarelas deterioradas, deposição de resíduos e insalubridade explícita. Estou apenas descrevendo as impressões... Vá lá, conheça e tire suas conclusões. Reconhecendo-se a importância e representatividade do local, seja por ação de qualquer esfera governamental responsável, não deveríamos encontrar um quadro com melhor infraestrutura?


Fora dos holofotes, a Ilha de Santana e o município de Pedra Branca do Amapari, no Amapá, vivem em silêncio um drama causado pelo desmoronamento, no leito do  Rio Amazonas, de boa parte do Porto de Santana, uma área de aproximadamente 17.000 m² (195×95), administrada pela mineradora Anglo American. Na ocasião, três trabalhadores morreram. E três continuam desaparecidos. A tragédia ocorreu em meio à discussão acalorada sobre o Novo Código da Mineração, cujo texto está sendo concluído para ser encaminhado ao Congresso Nacional, em forma de projeto de lei ou medida provisória.


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