domingo, 12 de outubro de 2008

Vote em mim !!!


O que leva uma pessoa a se candidatar a prefeito de uma cidade, de qualquer porte, é algo a se pensar com muita atenção. O candidato deve ter algum tipo de desvio, não é possível que assim não seja. Em sã consciência, quem gostaria de ser comparado a juiz de futebol ou gastar um dinheirão para se eleger, sabendo que não vai receber de volta e que por mais que se esforce não vai agradar a todos.

O candidato é uma figura digna de estudo dos mais renomados psicólogos do País. Um candidato para conseguir voto bebe na mesma caneca do banguela. Aceita tomar café em copo com o fundo sujo e cheio de borra. Almoça várias vezes no mesmo dia e come de buchada de bode a meninico de carneiro, sem direito a fazer cara feia, mesmo sendo vegetariano.

O candidato come comida sem sal, come comida com muito sal. Come feijoada fria e toma cerveja quente. Come em lata de goiabada fazendo a vez de prato, e tira um cochilo no colchão de onde o dono da casa expulsa Rex e suas pulgas. Aperta mão de cotó, beija criança remelenta e chama de “minha linda” menina que de tão feia o espelho arrebenta. Bate pênalti ou dá o primeiro chute em torneio de futebol dentro do curral.
Candidato bom vai a velório de quem não conhece, nunca ouviu falar e nem sabe quem é, faz discurso tão tocante que até mesmo ele acredita e chora de verdade, deixando filhos e viúva abestalhados de ver e ouvir e vaidosos pela presença tão ilustre num momento de dor. È preciso mostrar que é macho e, portanto, tem de subir no lombo do jegue e participar da corrida.
Tem de matar um boi para acalmar a fome dos alcoolicos. Tem de conviver dentro de casa com todo tipo de gente, que o chama pelo nome, come o que tem no fogão, bebe o que tem na geladeira e ainda mexe com suas filhas. Caras que nunca viu na vida, mas candidato não pode fechar as portas.

Para piorar tem de dar bom dia a maluco, abraço no bêbado e acenar para os desconhecidos, como se fossem amigos de infância. Tem sempre de estar com uns trocados no bolso, pois sempre vai aparecer aquela mãe com a criança no colo pedindo dinheiro pro remédio ou para comprar leite e aproveitar para falar mal do marido ausente.

Coisa ruim de agüentar é carregar nos braços afilhado da hora, e ali mesmo, ter de comprar o enxoval do bebê, pois não basta o candidato ser compadre. Tem de participar. Pior é quando seguram em seu braço e à voz pequena alguém, garante no pé do ouvido, que soube de boca pequena que ele está eleito. E pede um adjutório. Muitos garantem ter milhares de votos e na hora do vamos ver nem ele votou no candidato. Mas não deixou de pegar uma graninha para a gasolina.
Candidato tem de participar de debate em escolinha, vendo que a diretora da escola está feliz com sua presença e a criançada esperando o sinal de ir embora. É preciso ajudar a bater laje, mesmo sabendo que vai ter de se encher de antiinflamatório para diminuir as dores da hérnia de disco.

Tem de pisar na lama e pular cerca. Tem de subir escadas que vão dar no céu e enfrentar cachorro vira-lata. Não pode esquecer de chamar todo mundo pelo nome. Candidato bom tem de ter boa memória.Foi o caso de um candidato que na campanha encontrou um eleitor e perguntou como ia o pai.
- Morreu ano passado – disse consternado.
- Ah! Lembro. Até ajudei no enterro – respondeu o candidato entristecido.
- Não ajudou, não! – Retrucou o eleitor.
- Não lembrava. Mas, sua senhora mãe está viva? – Perguntou o candidato.
- Está – Disse o eleitor.
- Então, assim que ela morrer me ligue para dar o caixão – Pediu o candidato.

sábado, 27 de setembro de 2008

Tempo de Criatividade nas Eleições

Época de eleição, tempos de guerra. Falar a verdade a campanha eleitoral de 2008 está sem graça. Tirando a baixaria o resto é tudo high tech. Bota o candidato no fundo infinito e tome colocar diversas outras imagens (chroma klay). Também, o Tribunal Superior Eleitoral – sabemos que juiz não tem mesmo criatividade e só sabe cumprir o que está escrito; juiz não tem criatividade nem para vender sentença – determinou que os comerciais de quinze ou trinta segundos, que vão ao ar durante o dia todo, não podem ter imagens externas. Então, o máximo que o candidato faz dentro do estúdio é dar uma andadinha, fazer caras e bocas, maquiados, e expor suas propostas ou desqualificar o adversário, coisa das mais antigas.

Entretanto, pelo Brasil afora tem cada candidato que vem dando show de criatividade em seus slogans. Não quero dizer que são pérolas, mas sim, na maioria dos casos, sacadas sacanas, mas que mostram a criatividade do brasileiro em qualquer circunstância. Se é para avacalhar, vamos esculhambar, mas de forma engraçada ou pelo menos fuleira, como veremos a seguir nos seguintes slogans de candidatos à vereador:

Aqui em Minas tem, candidato Tomaz Rola Bosta diz que muda de nome se for eleito; da desentupidora Rola Bosta, tenta pela segunda vez se eleger como vereador.

Bouças, candidato curitibano: - Não vote em malas. Vote em Bouças.

Um candidato gay de Fortaleza: - Vote em quem promete e dá.

Loirona escultural de Santa Catarina: - Eleitor que não é bobo... baba.

Rio Claro tem um candidato chamado Ge: - Não vote em A, nem em B, nem em C; na hora H, vote em Ge.

Candidato a prefeito de Aracati (CE): - Com a minha fé e as fezes de vocês, vou ganhar a eleição.

Em Mogi das Cruzes (SP), tem um candidato chamado Defunto: - Vote em Defunto, porque político bom é político morto.

E um dos mais incríveis vem da Rondônia. O cara tem o nome de Zé Borracha e seu slogan é: - Enfie Borracha na racha da urna.

Valdo Sanduíche, Janu da Combi, Beleza, Álvaro Junior (o Beiço), Loirinho da Pizzaria, Lindomar Já Ouviu Falar, Pingo de Mel, Nego Osvaldo Bilisquete, Cabo Luiz Cadeado, Magal Saque Rápido, Zé Pereba, Vovô do Rock e tantos outros criativos apelidos listados são exemplos de auto-intitulação adotada por candidatos ao cargo de vereador aqui em Belo Horizonte.

É complicado ser candidato, como é mais ainda entender o que se passa na cabeça dos eleitores. O que leva um cara a se candidatar, já sabendo que se for prefeito o salário é uma merreca e vai ter trabalho de endoidecer. Vejo artistas, fazendeiros, empresários, e outros milionários que entram na política dizendo que quebraram.

É claro que temos alguns exemplos de enriquecimento dentro da política, como no caso de alguns vereadores de Belo Horizonte cuja declaração de renda evoluiu mais que crina de cavalo. Mas, a maioria garante que empobreceu ainda mais. Sim. E daí? Se sabia disso foi fazer lá o quê? O povo acha que é mentira.

Outra história da mais hilariante é a briga entre aliados. Outro dia na Câmara Municipal de Belo Horizonte, a líder de governo Neusinha Santos (PT), e o vice-líder, Paulo Lamac (PT), trocaram trocadilhos no plenário, por divergiram por causa do principal cabo eleitoral do partido: o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). Mas é assim mesmo. Época de eleição é sempre tensa. As pessoas ficam nervosas, usam do marketing a todo custo e de todos artifícios para se superarem.

Pode procurar um parente, um amigo, um desconhecido que passe na rua e pergunte o que acham dos políticos. A imagem que passam não é nada boa. Sim. E daí? Daí é que é estranho alguém querer entrar numa profissão pior de que juiz de futebol. Todo mundo acha que político e ladrão é a mesma coisa.

Lembro de um velho com sanha política, que morava lá no bairro Castelo, que fica perto da Toca da Raposa e do zoológico, que vendia cana, cocada a moda picante com gengibre, comprava e vendia garrafa velha e juntava também dinheiro com compra e venda de alumínio, chumbo e cobre.

Quando chegava perto das eleições pegava o dinheiro todo, pegava os bens adquiridos em quatro anos e gastava em feijoadas, santinhos, camisas de times de futebol e até missa na Igreja. Nunca ganhou. Mas, quando perguntava se ele insistiria, na próxima dizia que sim, pois era a única forma de ficar rico.

Morreu pobre no Hospital da Previdência, ali perto do Parque Municipal. Para compensar a gente o chamava de senador. E ele abanava de volta, feliz e sorridente. Acho que foi o único que não roubou.

Também... não deram chance.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A lei seca é uma afronta a democracia


um mês, quando a norma que pretende banir a embriaguez ao volante foi implantada, muitos afirmaram que ela representa a filosofia correta em instrumento inadequado. Um mês depois da entrada em vigor da Lei Seca, as principais capitais brasileiras comemoram a redução de até 60% no número de ocorrências originadas em acidentes no trânsito.

Dados preliminares mostram queda de pelo menos 11,5% nos atendimentos a vítimas de acidentes. Beber e Dirigir sã
o atividades incompatíveis. A embriaguez ao volante responde por parte significativa dos 35 mil óbitos anuais provocados por acidentes de trânsito no país. Diante de tal carnificina, justificam-se medidas duras para evitar a combinação de bebida com direção. Vale lembrar que o motorista intoxicado não coloca apenas a própria vida em risco, mas também a de terceiros. De resto, reduzir os índices máximos de concentração alcoólica tolerada ao volante é uma tendência legislativa verificada em vários países.

Surpreendentemente a lei seca pode pegar. Todos concordam sobre a necessidade de se impor a alcoolemia zero aos condutores, embora muitos a considerem excessivamente rigorosa. Mas poderia ser diferente? O rigor que assusta é o que faz o cidadão pensar duas vezes nas conseqüências. A lei precisa ser defendida até porque os resultados se mostram positivos.

A lei será objeto de ações diretas de inconstitucionalidade, questionada, cidadãos irão recusar a soprar o bafômetro ou ceder sangue para análise laboratorial.

No mais, é sempre oportuno recordar que a alta mortandade do trânsito no Brasil nunca se deveu à falta de leis ou a sanções muito brandas, mas principalmente a pouca fiscalização. De nada adiantará se os irresponsáveis perceberem que nossas cidades e estradas não estão aparelhadas para fiscalizarem os abusos.
(*) - Para quem não sabe, não há nenhuma lei que proíba esta ou aquela droga. Os narcóticos são considerados como tais mediante Portaria Ministerial – ou seja, dispositivo infralegal. A legalização de uma substância depende exclusivamente do Ministro da Saúde, que tem poderes bastantes para fazê-lo sem nem consultar o Presidente da República. Em suma: não é preciso lei alguma para "liberar" qualquer que seja a droga (até as mais pesadas). E não reclamem comigo, a culpa é de Armando Falcão e Ernesto Geisel, signatários da Lei dos Tóxicos.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Luto no Rio Vermelho - Dinha e Zélia, Personagens, que marcaram


Quem nunca ouviu falar em Dinha do Acarajé ou de Zélia Gattai ? Personagens do Rio Vermelho, bairro da capital baiana que ganhou fama como reduto da boemia. A Bahia de tantas histórias, perdeu duas figuras ilustres. A perda de dois de seus cartões postais da terra maravilhosa, que nos deu Glauber, Caetano, Gil e tantos outros nomes importantíssimos de nossa cultura - fora os anônimos baianos que a gente conhece por aí e logo se apaixona.


A sorridente Lindinalva Assis tornou-se uma figura símbolo. Mais conhecida como Dinha, a baiana de acarajé começou a trabalhar aos 7 anos de idade, como ajudante da avó, Ubaldina, três anos após a morte da mãe, Rute. Ubaldina escolheu, em 1944, o Largo de Santana para montar o primeiro tabuleiro da família Assis. Aos 10 anos, com a doença da avó, Dinha assumiu o posto, e durante quatro décadas se tornou uma das figuras mais famosas do folclore baiano. Dinha se orgulhava de ter criado os oito filhos com a renda do acarajé. Ela chegava a vender cerca de 700 bolinhos por dia, sempre com um sorriso no rosto. A baiana do acarajé é uma herança do candomblé. Antigamente, dentro dos preceitos como filhas-de-santo, elas saiam para mercar de porta em porta, em pregões noturnos pelas ruas de Salvador. De tabuleiro na cabeça, soltavam a voz para que as pessoas dentro das casas pudessem ouvi-las.


A poucos metros ali na Rua Alagoinhas do mesmo bairro – Jorge vai recebê-la de braços abertos no céu – disse o cantor e compositor Dorival Caymmi ao ser comunicado do falecimento da amiga Zélia Gattai Amado, segundo a neta Stella Caymmi. A escritora paulista, autora de Anarquistas, graças a Deus, morreu aos 91 anos, em razão de parada respiratória.


Zélia Gattai estava internada no Hospital da Bahia desde o dia 16 de abril, em recuperação de uma cirurgia para debelar um câncer no intestino. Seu corpo foi cremado na tarde de ontem, no cemitério Jardim da Saudade. As cinzas de Zélia serão depositadas na mesma árvore, na casa do Rio Vermelho, onde foram colocadas as de seu marido Jorge Amado, morto em 2001.
– Em 56 anos de convivência, nunca haviam passado tanto tempo distantes. Eles agora estão de mãos dadas, juntos – garantia a familiares e amigos.


Reza a lenda ter sido Dorival Caymmi o cupido que promoveu a aproximação entre Jorge Amado e Zélia Gattai. A pedido do escritor baiano, ele cantara para ela a canção Acontece que eu sou baiano ("Há tanta mulher no mundo/Só não casa quem não quer /Porque é que eu vim de longe/Pra gostar dessa mulher?"). Assim teria começado o romance em 1945. A partir daí, o casal se tornaria uma referência nacional e viveria junto até a morte de Jorge Amado, em 2001.
Zélia seria a companheira inseparável, acompanhando o escritor em viagens e sendo responsável em datilografar os originais de Jorge Amado, com quem teve os filhos João Jorge e Paloma. Mas Zélia tinha luz própria e se tornaria também escritora de sucesso, contando a saga dos imigrantes italianos no Brasil em Anarquistas, graças a Deus, lançado em 1979.


Zélia escreveu mais 13 títulos, desde memórias, livros infantis ao romance Crônica de uma namorada. Eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL), tomaria posse, em 2002, da cadeira 23 que fora ocupada por seu amado Jorge, José de Alencar e Machado de Assis. Zélia foi um símbolo da força, da doçura e perseverança da mulher brasileira.

sábado, 19 de abril de 2008

ISABELLA NARDONI

O episódio da morte da menina Isabella Oliveira Nardoni, de 5 anos, que está comovendo o país, é um desses casos policiais repletos de mistérios e que pode até ter um final surpreendente. A partir da história contada pelo pai e pela madrasta da menina à polícia, as suspeitas se voltaram justamente contra o casal, especialmente o pai: segundo o relato, ele teria subido para o apartamento com Isabella já adormecida, colocado ela na cama, trancado a porta e retornado para a garagem a fim de ajudar sua mulher a subir com os dois filhos do casal, meio-irmãos da garota.

Quando enfim os dois voltaram ao apartamento com as crianças, a porta estaria aberta, a luz do quarto dos irmãos de Isabella acesa, e a rede de proteção, cortada. Por ali a menina teria sido jogada para a morte. Uma série de indícios, porém, colocaram em xeque a versão do pai e da madrasta: havia vestígios de sangue no apartamento, Isabella parece ter morrido por asfixia e quebrou apenas um pulso na queda.

A soma dos indícios sem dúvida pode levar o público a desconfiar da história contada pelo pai e pela madrasta da criança morta, mas não pode de maneira alguma permitir que os responsáveis pela publicação das reportagens sobre o caso tratem o casal como culpados ou mesmo suspeitos em um momento tão inicial das investigações.

Condenado a priori - Quando estourou o caso da Escola Base, hoje um exemplo estudado nas faculdades sobre o que não deve ser feito em matéria de jornalismo policial, um único jornal desconfiou da história e se recusou a dar uma linha sobre a cascata. Quando o caso foi elucidado e a inocência dos donos da escola restou provada, houve quem sugerisse que o hoje, extinto Diário Popular recebesse, naquele ano, o Prêmio Esso de Jornalismo pela não publicação das matérias.
Tempos depois, o Diário Popular foi vendido para as Organizações Globo e mudou de nome para Diário de S.Paulo. Pelo visto, mudou também de caráter. Sobre este fato configura um verdadeiro crime contra o bom jornalismo.

Não se trata aqui de defender o pai de Isabella – ele pode até ser culpado pela morte da filha –, mas de constatar que a capa do Diário fere os princípios mais básicos da ética jornalística e da presunção da inocência.

Um cínico pode alegar que tudo que está na manchete do jornal é verdadeiro, o Diário não veiculou informação falsa nem acusou prematuramente o pai de Isabella de assassinato. Sim, e provavelmente esta capa passou pelo departamento jurídico do jornal para avaliar se ela poderia ser objeto de processo. A manchete certamente também cumpriu o objetivo de fazer o jornal vender mais. Os responsáveis pela publicação sabem, também, que esta manchete destruiu a reputação do pai de Isabella. No caso do Diário de S.Paulo, foi condenado e exposto com requintes de crueldade.

É bom ler o jornal, mas é melhor saber o que pensa o dono do jornal. Por que ele quer que a gente leia determinada notícia? Muitas vezes informa-se o que se quer informar, o que é conveniente informar. Uma boa estratégia para enfrentar esta situação é, além de conhecer a fonte da informação, variar, ouvir o que os outros, se existirem, têm a dizer. Tão importante quanto a informação em si mesma, é o conhecimento de sua fonte. Isto foi a primeira lição que aprendi na universidade. Conheço muita gente que lê somente um determinado jornal, compra somente uma determinada revista, ouve somente determinada emissora de rádio, assiste somente determinado canal de TV...e pensa que está bem informada. Será que os donos desses veículos de comunicação têm algo em comum? E o que seria? Você já pensou sobre isso?

Sabemos que a imprensa, ajuda e está ajudando muito na apuração das investigações, mais não façam o uso da inocente das imagens menina como, produto de marketing ou de meio de propaganda. Eis aqui quem fala, um jornalista que respeita e muito os valores éticos da profissão e o principal a FAMÍLIA em todo o aspecto.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

DENGUE – O Brasil em alerta



Como no início da epidemia de dengue no Rio de Janeiro, ainda são angustiantes as dúvidas da população acerca dos motivos que levaram ao colapso da saúde de cariocas e fluminenses. Perigo este que espalha pelas grandes Capitais. O descompasso entre poder público e metas de um plano de saúde preventivo se reflete na omissão e nos erros de governantes.

A dengue é hoje um dos males mais bem compartilhados do Rio. Atinge pobres e ricos. Até certo ponto, tornou-se comum entre classes mais ou menos abastadas, mais ou menos favorecidas. A doença é identificada principalmente em núcleos urbanos e rurais mais empobrecidos. Por conseqüência, são os pobres os mais atingidos e suscetíveis à doença. E é, neste retorno da dengue, a fatia pobre da cidade que volta a ser a mais prejudicada em meio aos temores.

O roteiro é, infelizmente, previsível. Quando os ricos adoecem, recorrem a hospitais particulares, onde contam com estrutura e equipe quase sempre suficientes. Não é a realidade, porém, da maior parte das vítimas, das quais muitas vieram a falecer em leitos públicos.

Está-se diante de sucessivos exemplos do deboche protagonizados pelo poder público. A omissão foi só parcialmente aplacada pela força-tarefa instalada para enfrentar a doença, constituída pelos governos federal e estadual, com o apoio dos militares. No curto prazo, deverá cumprir sua função – pelo menos é o que desejam os fluminenses. A vitória não eliminará, porém, as evidências de uma outra omissão: aquela que transforma em martírio permanente a vida de multidões de pacientes que precisam recorrer à rede pública de saúde no Rio.

Um exercício de imaginação permite pensar se o estado de coisas atual se repetiria caso a maior parcela de atingidos pela dengue fosse formada pelos mais endinheirados. Mais ainda, se estes precisassem recorrer aos hospitais públicos para pedir socorro contra a doença. Seria previsível uma resposta mais enérgica para corrigir incongruências injustificáveis da rede de saúde. Ou assistiríamos a um crime culposo de semelhante origem como o acobertado pelas autoridades locais se a população atingida fosse essencialmente a de maior poder aquisitivo?

Não é de hoje que os cariocas, especialmente os cariocas pobres, convivem com as deficiências dos hospitais e postos de saúde públicos. Neles, faltam remédios, faltam leitos, faltam materiais e equipamentos, faltam médicos, falta tudo. Ainda que tais carências sejam compensadas pela tentativa do governo estadual, continuam presentes as cenas habituais de desespero de doentes, de filas intermináveis e da escolha dos médicos para quem vai ou não ser atendido.

Os prejuízos decorrentes do avanço da dengue são incalculáveis. Custam vidas e dinheiro. O turismo, por exemplo, já está sofrendo perdas consideráveis.Que a sociedade se empenhe urgentemente na união em nome da vida no Rio. Trata-se da única via para fazer justiça e incriminar a quem se deve: as autoridades.

Evite esse mal, faça a sua parte e proteja-se!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Projeto "Uma Vida, Uma Árvore"




A recém-nascida Clara Izabele Gonçalves da Silva ainda não entende o significado de fenômenos como buraco na camada de ozônio, o efeito estufa e o desmatamento, mas conseguiu dar a sua contribuição para a preservação do meio ambiente. Com seu nascimento, mais uma árvore foi plantada no parque Nossa Senhora da Piedade, bairro Araão Reis, região Norte de Belo Horizonte. A muda de ipê-branco foi batizada com o nome da criança, que assim como seus pais poderá acompanhar, por toda a vida, o crescimento da árvore.

O plantio da árvore foi o primeiro dentro do programa "Uma Vida, Uma Árvore", que já vigora desde janeiro. Anualmente, nascem cerca de 36 mil crianças na capital. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, somente no mês de janeiro, foram contabilizadas 2.640 adesões ao programa. A pretensão da Prefeitura é semear, até o fim do ano, 30 mil arbustos, de aproximadamente 80 espécies nativas da região, como jacarandá, jequitibá, pau -brasil e ipês de variadas cores. A média de nascimentos na capital é de 34 mil por ano.

A iniciativa tem como objetivo plantar uma árvore para cada criança registrada na capital, nos parques e áreas verdes da cidade. Para que a idéia siga em frente, basta que os pais de recém nascidos preencham uma ficha de adesão à disposição nos cartórios de registro civil que participam do projeto. Depois ele recebe um número e um certificado. Após o plantio, a prefeitura envia aos pais ou responsáveis informações sobre onde está localizada a muda que recebeu o nome da criança.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Fraternidade e defesa da vida...


A Campanha da Fraternidade de 2008 já tem tema: “Fraternidade e defesa da vida”; e o lema é: “escolhe, pois, a vida”. A preocupação da Campanha deste ano é chamar a atenção de todos os brasileiros para as grandes ameaças que a vida humana vem sofrendo nos últimos tempos, como o aborto, a violência, a pobreza e a eutanásia, e para a indiferença com que essas agressões estão sendo tratadas.

Nas suas múltiplas formas e manifestações, a vida é um bem impagável e indisponível; cada ser vivo manifesta, à sua maneira, a sabedoria e a insondável providência de Deus Criador. Não criamos a vida, mas temos o tremendo poder de destruí-la; e a destruição da vida pelo descuido e a imprudência humanas, ou pela ganância sistemática e cega, é ofensa ao Criador.

Muitas formas de agressão ao ambiente, bem como a interferência leviana na natureza dos organismos vivos, coloca em sério risco a existência da muitos seres vivos, vegetais ou animais. Vem ao caso de perguntar: que tipo de mundo e ambiente estamos preparando para as gerações que virão depois de nós?

VER, JULGAR e AGIR, esta é a grande questão posta pela Campanha da Fraternidade de 2008, que será ocasião para refletir sobre a complexa problemática que atinge a vida sobre a terra, em especial, a vida humana. Está em jogo o futuro da vida na Terra, nossa casa comum, e de todos os seus habitantes. Uma solução responsável só poderá ser solidária e fraterna, no pleno respeito ao desígnio de Deus Criador e Senhor da vida.

O encontro com Cristo é o ponto de partida para reconhecer plenamente a sacralidade da vida e a dignidade da pessoa humana, mas esse reconhecimento não é exclusivo às pessoas de fé. Todo ser humano traz, em seu coração, o desejo de ter essa sacralidade e essa dignidade reconhecidas. Assim, com esperança e alegria renovadas, nos lançamos mais uma vez à defesa da vida, cientes que essa é uma luta pessoal e social contra uma cultura de morte que se infiltra no coração das pessoas e contra as estruturas injustas que objetivamente trazem a morte a nós brasileiros e a nossos irmãos latino-americanos.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

De quem é a voz da chamada a cobrar ?


A dona da voz é a locutora paulista Patrícia Godoy. Toda vez que você liga para alguém a cobrar, ouve a mensagem ‘chamada a cobrar: diga seu nome e a cidade de onde está falando’. Quem está do outro lado da linha, recebendo a ligação ouve ‘chamada a cobrar: para aceitá-la, continue na linha após a identificação’.
As duas mensagens foram gravadas com a voz de Patrícia, que você vê na foto ao lado. Apesar de ser formada em piano clássico, educação física e laboratórios médicos, Patrícia trabalha como atriz desde os 15 anos, quando começou a fazer comerciais, gravar jingles e dublar vozes. A dona da voz também já fez novelas e apresentou telejornais no SBT.


Agora sua principal ocupação é como locutora de comerciais. ‘Meus amigos já até sabem quando um comercial tem a minha voz’, diz. A chamada a cobrar automática (com a discagem do 9 na frente do número) existe no Brasil desde 1984. Antes, dava um trabalhão: o usuário tinha que ligar para a telefonista, que então fazia a ligação. Hoje, quando alguém recebe uma chamada a cobrar, tem seis segundos para decidir se a aceita ou não – é nesse intervalo que entra a mensagem com a voz da locutora. Depois desse período, a ligação começa automaticamente a ser cobrada. Fonte: Revista Mundo Estranho.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Acabou o Carnaval...




Ufa! Acabou o carnaval. Mas depois de sete anos, este foi um carnaval diferente. Em Belo Horizonte, em casa! Nublado e chuvoso. E foi muito bom e tranqüilo, com a família em parte e direito de fazer certas coisas que não fazemos durante o ano, como limpar e tirar poeira de minha biblioteca e outras coisas que as vezes não valorizamos como deveríamos. Deu trabalho, mas eu sobrevivi. E consegui estar de volta inteiro - o que é melhor.

Foram sete carnavais atrás do trio elétrico e da emoção de passar na Bahia, mais propriamente em Salvador, o melhor carnaval do Planeta. E como bom “chicleteiro”, “Eu fui atrás de um caminhão, Fazer meu carnaval, e o carnaval é feito no coração, Meu bem, Chiclete é emoção! Eu sei naquele ano eu me tornei Camaleão...Encontrei o meu amor na cidade Salvador, Tão romântica, tão histórica e o Bonfim abençoou”...


Saudades....

E começa oficialmente, quase ao mesmo tempo que o ano novo chinês, o ano novo baiano. Isso é o que dizem por aqui e por outros tantos lugares Brasil afora. O fato é que isso não é nem verdade e nem mentira. Claro que o ano começou, de fato, no dia 1º/01, mas vai pegando no tranco, pegando no tranco, até que na quarta-feira de cinzas, ao meio-dia, o ano novo engata a primeira marcha e segue a todo o vapor. Então, baiano ou não, feliz ano novo pra você também!


E começamos novamente... Segunda feira !!!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Quem não gosta de carnaval, é doente do pé

Chegou o carnaval. Muita festa e alegria se espalham por todo o Brasil. Televisão, jornais e internet mostram a folia de milhares de pessoas em todos os estados do País. Um grande acontecimento como esse não poderia deixar de lado as comunidades mais pobres do nosso Brasil, afinal de contas, o carnaval é uma festa popular e festa é com nosso povo mesmo. E quando o assunto é juntar a alegria do carnaval com a felicidade de fazer o bem, o Brasil é campeão de bons exemplos.

O carnaval tem origem pagã, nas festas e orgias da Antigüidade, realizadas no Egito, Grécia, e Roma em determinadas datas do calendário religioso. No Cristianismo tentou-se dar novo espírito a estes festejos, colocando-os no tempo que precede imediatamente a quaresma. Porém, ficaram muito tempo proibidos, devido aos abusos que tingiam a moral.

As mudanças que vieram com o tempo, fizeram do “Entrudo” o carnaval de nossos dias, mais ameno do que naqueles tempos. Seguidamente foram aparecendo os adereços que conhecemos hoje, como o confete, a serpentina, entre outros.

É fácil perceber uma exaltação de personalidades: indivíduos obrigados a manter condutas represadas ou reprimidas extravasam seus sentimentos durante a festa. O carnaval é uma das maiores manifestações de cultura popular, que mistura festa e espetáculo, arte e folclore.

A variedade dessa festa é enorme. No Rio se destaca o desfile das Escolas de Samba; em Salvador, os foliões saem atrás dos trios elétricos; e no Recife, o destaque é o frevo, dança típica na qual os passistas usam um sombrinha colorida pra executar coreografias.

Já em Minas Gerais teve origem em Ouro Preto, quando os lacaios do Palácio dos Governadores da Província criaram o famoso “Zé Pereira” em 1867 (grupos de foliões de rua munidos de tambores e bumbos). Há também, os blocos caricatos. Com destaque para a “Banda Mole” em Belo Horizonte. O interior mineiro tem uma característica bem diferente, por ser uma manifestação do povo nas ruas. Apesar de sua simplicidade, não deixa de atrair turistas e consequentemente divisas para os municípios. As cidades que mais se destacam são: Diamantina, São João Del-Rei, Ouro Preto, Tiradentes, dentre outras.

Uma coisa é certa, todo brasileiro tem que passar na vida um Carnaval no Rio de Janeiro, em Minas e principalmente na Bahia. Pois quem não gosta de carnaval, é doente do pé.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Gentileza gera Gentileza

O arquiteto holandês Aldo van Eyck costumava dizer que uma casa é uma cidade minúscula, e uma cidade é uma casa imensa. Pense nessa comparação no seu dia-a-dia. As semelhanças não demoram a saltar aos olhos: da mesma forma que você vai do escritório ao quintal, você deixa o trabalho e faz um passeio no parque.

Atitudes simples capazes de trazer mais poesia ao nosso cotidiano, essa é a idéia. Gestos que surjam inesperadamente para nos devolver o prazer de viver na metrópole, de ficar na janela a observá-la, de ouvir seu som. Talvez fossem essas sensações que, na Grécia antiga, Aristóteles já aconselhava conservar. Pelo menos, em seu livro Ética a Nicômaco, ele ressaltou o cuidado com o corpo, com a alimentação, com o amor e, sobretudo, com a cidade. Como se essa fosse tão orgânica quanto nós, palpite que Aristóteles confirma ao dizer que o que nos une à pólis é um sentimento humano: a amizade.

Um ambiente bem cuidado faz bem ao espírito. E isso é tão evidente que dá até para adivinhar como é a parte da cidade de que você mais gosta. Quer ver? Pense no quarteirão da sua casa. Dê uma volta mental ao redor dele. Que trechos você acha mais agradáveis? De quais você não gosta? Deixa eu ver se acerto. Provavelmente os pedaços menos agradáveis têm muros altos, calçadas descuidadas, sem vida.

Talvez também haja prédios que cubram seus jardins com paredes de concreto e casas com grades altas e avisos de "cuidado: cão perigoso" que, se dissessem "pessoas: queremos distância", daria no mesmo. A existência de lugares assim se deve, em grande parte, à falta de atenção das pessoas com o que vai do portão de casa para fora. Como se, do passeio em diante, o problema fosse do governo, das ONGs e do que mais puder amenizar a ausência de um cidadão que faça mais do que a lei o obriga.

Também não adianta varrer o lixo e jogá-lo debaixo do tapete só para falar que fez. Ser gentil com a cidade só resolve se a atitude for espontânea, para melhorar a vida coletiva. E, para um sujeito deixar a comodidade solitária de sua vida privada e fazer algo pelo todo, é preciso que se sinta parte dele: esta cidade é minha casa, faço parte dela e, por isso, tenho que cuidar deste espaço. A gentileza não deve se restringir apenas às relações humanas, mas estender-se também ao cuidado como meio ambiente, como espaço público e, por que não, consigo mesmo. O cuidado com o outro é uma virtude que vem do berço.

A parte boa é que muitas pessoas já despertaram para isso. Os trechos agradáveis do seu quarteirão provavelmente têm árvores que dão uma boa sombra e, de quando em quando, até frutos. Pois é, a cidade também está cheia de pequenas oferendas à espera de olhares atentos para detectá-las.

Que tal começarmos o Ano Novo com um pouco mais de gentileza e novos olhares. Um sorriso, um gesto, um ‘bom dia’ bem-humorado. Muitas vezes, são atitudes simples, cotidianas, que podem até passar despercebidas a olhos rasos, mas capazes de promover verdadeiras transformações no entorno, seja em ambientes familiares, profissionais ou urbanos.

"Gentileza gera gentileza". "Da mesma forma que faço gentilezas, recebo em dobro. Essa é a maior gratificação por um trabalho como esse."