Ora, ora, os radicais -- de direita ou de esquerda -- são aqueles que estão "fora da casinha" e , portanto, não se pode levar a sério. Sobre o polêmico vídeo, entrevista de Bolsonaro para o CQC, concordo com o Marcelo Tas, o Bolsonaro não entendeu a pergunta da Preta Gil. Isso está mais ou menos claro assistindo o vídeo, parte final.
"Como é que se diz sobre uma mulher que tem cabelos amarelados? Loira, certo? E sobre uma mulher que tem cabelos escuros? Morena, ok?
Não estamos falando sobre cor da pele, não é verdade? O que quer dizer que podemos chamar uma mulata de morena, em referência à cor do cabelo, correto? Errado.
Tente fazer isso e você vai ouvir críticas sobre racismo.
Diga assim: "Eu sou negro!" e isso é entendido como autoafirmação positiva de sua raça.
Diga: "Eu sou branco!" e já lascam um "fascista" em cima de você.
E se vc se diz "FEMINISTA", isso quer dizer que você milita em defesa dos seus direitos, dos direitos de toda uma categoria humana.
Diga que você é "MACHISTA", para ver o que acontece...
O "case" da entrevista do deputado Bolsonaro concedida à filha do Gilberto Gil, Preta Gil (atriz, modelo, cantora, jornalista, entrevistadora? O quê?) é uma comprovação de que você não precisa responder tudo à imprensa. Ninguém é obrigado.
Mas negar uma resposta de suas opções pessoais à imprensa (ou à Preta Gil) pode ser considerado uma espécie de "fascismo", de posicionamento autoritário, de Direita?
Não.
Dou um exemplo interessante.
O ator Keanu Reeves, no embalo do sucesso do filme "Velocidade Máxima", caiu dentro de uma espiral de fofocas. Diziam que ele havia se casado com um dos sócios da produtora DreamWorks, o David Geffen. Os repórteres não cansavam de perguntar se era verdade e ele não cansava de dizer que não iria responder.
Ele costumava dizer que se respondesse que não era gay poderia ser interpretado como alguém que nunca aceitaria a ideia de ser gay. E isso ele não queria passar adiante. Por isso, depois de ser pressionado pela sua própria produtora para se posicionar, ele disse:
"Não sou gay, mas quem sabe?"
Bolsonaro perdeu a chance de responder a pergunta com outra pergunta:
"VOCÊ veria problema em ver seu filho namorando com uma BRANCA?"
Se a Preta Gil respondesse "NÃO", ele poderia dizer: "Então você está dizendo que você PREFERE que ele namore com uma BRANCA?"
Estamos vivendo numa época muito chata sob a ditadura do "POLITICAMENTE CORRETO", e existem umas categorias humanas que estão em desvantagem nesse jogo.
Vejamos o caso do diretor do Burger King, Bernardo Hees, quando em uma palestra nos EUA disse, em tom de brincadeira, que a comida britânica é terrível e as mulheres de lá não são muito atraentes. Ele foi pressionado para pedir desculpas.
Mas pedir desculpas por quê? As mulheres britânicas são atraentes? Todas?
Que chamassem o cara de "FEIO" para retribuir o gracejo, mas não. O buraco foi mais embaixo.
Agora eu pergunto, do que estão chamando os brasileiros quando, nas competições de TODAS as Copas do Mundo, começam a fazer comparações entre a beleza dos jogadores de vários países?
Quem nunca viu esses comentários, endeusando italianos, franceses, etc, e deixando os brasileiros na "lanterninha" de beleza?
O que nós, homens brasileiros, deveríamos fazer disso tudo?
Ora, fazemos sempre a mesma coisa, encarar com bom humor.
(Cada um interpreta realmente do jeito que quer, por isso enalteci a posição do Keanu Reeves. Tem gente que captou racismo e machismo aqui, por incrível que pareça....)"
Não estamos falando sobre cor da pele, não é verdade? O que quer dizer que podemos chamar uma mulata de morena, em referência à cor do cabelo, correto? Errado.
Tente fazer isso e você vai ouvir críticas sobre racismo.
Diga assim: "Eu sou negro!" e isso é entendido como autoafirmação positiva de sua raça.
Diga: "Eu sou branco!" e já lascam um "fascista" em cima de você.
E se vc se diz "FEMINISTA", isso quer dizer que você milita em defesa dos seus direitos, dos direitos de toda uma categoria humana.
Diga que você é "MACHISTA", para ver o que acontece...
O "case" da entrevista do deputado Bolsonaro concedida à filha do Gilberto Gil, Preta Gil (atriz, modelo, cantora, jornalista, entrevistadora? O quê?) é uma comprovação de que você não precisa responder tudo à imprensa. Ninguém é obrigado.
Mas negar uma resposta de suas opções pessoais à imprensa (ou à Preta Gil) pode ser considerado uma espécie de "fascismo", de posicionamento autoritário, de Direita?
Não.
Dou um exemplo interessante.
O ator Keanu Reeves, no embalo do sucesso do filme "Velocidade Máxima", caiu dentro de uma espiral de fofocas. Diziam que ele havia se casado com um dos sócios da produtora DreamWorks, o David Geffen. Os repórteres não cansavam de perguntar se era verdade e ele não cansava de dizer que não iria responder.
Ele costumava dizer que se respondesse que não era gay poderia ser interpretado como alguém que nunca aceitaria a ideia de ser gay. E isso ele não queria passar adiante. Por isso, depois de ser pressionado pela sua própria produtora para se posicionar, ele disse:
"Não sou gay, mas quem sabe?"
Bolsonaro perdeu a chance de responder a pergunta com outra pergunta:
"VOCÊ veria problema em ver seu filho namorando com uma BRANCA?"
Se a Preta Gil respondesse "NÃO", ele poderia dizer: "Então você está dizendo que você PREFERE que ele namore com uma BRANCA?"
Estamos vivendo numa época muito chata sob a ditadura do "POLITICAMENTE CORRETO", e existem umas categorias humanas que estão em desvantagem nesse jogo.
Vejamos o caso do diretor do Burger King, Bernardo Hees, quando em uma palestra nos EUA disse, em tom de brincadeira, que a comida britânica é terrível e as mulheres de lá não são muito atraentes. Ele foi pressionado para pedir desculpas.
Mas pedir desculpas por quê? As mulheres britânicas são atraentes? Todas?
Que chamassem o cara de "FEIO" para retribuir o gracejo, mas não. O buraco foi mais embaixo.
Agora eu pergunto, do que estão chamando os brasileiros quando, nas competições de TODAS as Copas do Mundo, começam a fazer comparações entre a beleza dos jogadores de vários países?
Quem nunca viu esses comentários, endeusando italianos, franceses, etc, e deixando os brasileiros na "lanterninha" de beleza?
O que nós, homens brasileiros, deveríamos fazer disso tudo?
Ora, fazemos sempre a mesma coisa, encarar com bom humor.
(Cada um interpreta realmente do jeito que quer, por isso enalteci a posição do Keanu Reeves. Tem gente que captou racismo e machismo aqui, por incrível que pareça....)"
Mestre em Literatura pela UFSC)
Não há como pedir que uma minoria oprimida por séculos aja com mesma postura que a maioria branca. Enquanto houver preconceito (seja ele advindo de brancos ou negros), a minoria negra se comportará exatamente assim: mostrando orgulho, e tentando se igualar. Há que se dar tempo ao tempo. E quando, de fato, houver igualdade, nem se levantará discussões como esta.
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